sábado, 17 de novembro de 2012
ESCLEROSE MÚLTIPLA (EM)
A esclerose múltipla (EM), também designada por "esclerose disseminada", é uma doença inflamatória na qual se verifica a degeneração das bainhas de mielina que envolvem os axónios do cérebro e da espinal medula, o que leva a que ocorra desmielinização e cicatrização, manifestando-se também através de um alargado quadro de sinais e sintomas.[1] A doença manifesta-se geralmente em jovens adultos e é mais frequente em mulheres.[1] A sua prevalência varia entre 2 e 150 casos em cada 100 000 indivíduos.[2] A EM foi descrita pela primeira vez em 1868 por Jean-Martin Charcot.[3]
A EM afecta a capacidade de as células nervosas do cérebro e da espinal medula comunicarem entre si de forma eficaz. As células nervosas comunicam através do envio de impulsos eléctricos, designados por potenciais de acção, através de filamentos extensos designados por axónios, os quais estão envolvidos por uma substância isolante chamada mielina. Na EM, o próprio sistema imunitário do corpo ataca e destrói a mielina. Uma vez destruída, os axónios deixam de poder transportar os impulsos de forma eficaz.[4] O termo "esclerose múltipla" é uma referência às lesões, ou escleroses, que ocorrem sobretudo na massa branca do cérebro e na espinal medula, que é constituída principalmente por mielina.[3] Embora sejam plenamente conhecidos os mecanismos envolvidos no desenvolvimento da doença, a causa é ainda desconhecida. As teorias plausíveis inclinam-se para uma causa genética ou infecciosa. Também foram identificados alguns factores de risco ambientais.[4][5]
A doença pode manifestar-se através de praticamente qualquer sintoma neurológico, e frequentemente degenera na perda de capacidades físicas e cognitivas.[4] A EM pode assumir várias formas, e cada novo sintoma pode ocorrer em ataques discretos e isolados (forma recrudescente) ou os sintomas podem-se ir acumulando ao longo do tempo (forma progressiva).[6] Entre cada ataque, os sintomas podem desaparecer por completo, embora normalmente se verifiquem danos neurológicos permanentes, sobretudo à medida que a doença progride.[6]
Não se conhece uma cura eficaz contra a esclerose múltipla. O tratamento baseia-se na reposição das funções corporais depois de um ataque, na prevenção de novos ataques e na prevenção da invalidez.[4] A medicação para a EM pode apresentar vários efeitos secundários ou ser pouco tolerada pelo organismo, o que leva a que muitas pessoas procurem tratamentos alternativos, apesar da falta de evidências científicas que os confirmem. É difícil obter um prognóstico preciso; depende do sub-tipo da doença, da característica individual da doença, dos sintomas iniciais e do grau de invalidez que o indivíduo possui à medida que a doença progride.[7] A esperança de vida em doentes de EM é de cerca de cinco a dez anos inferior à restante população
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