Foi aprovado em Portugal o primeiro medicamento oral para a esclerose
múltipla, doença para a qual até ao momento havia apenas respostas terapêuticas
injetáveis. A aprovação feita pelo Infarmed, autoridade que regula o setor, para
utilização hospitalar, poderá facilitar a vida aos cerca de 5.000 portugueses
afetados por este problema.
O fármaco inovador da Novartis tem como substância ativa o Fingolimod,
estando indicado para o tratamento em doentes com esclerose múltipla
"surto-remissão" muito ativa. "Para além da comodidade para o doente, no seu
programa de estudos, esta terapêutica oral revelou superioridade significativa
no controlo da doença quando comparada com tratamento standard", pode ler-se em
comunicado enviado ao Boas Notícias.
A presidente da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM) já reagiu
à notícia, mostrando-se muito satisfeita. "Substituir uma injeção por um
comprimido é um grande avanço", disse Manuela Neves à agência Lusa, que
sublinhou a importância do acesso dos portugueses ao único medicamento oral
administrado em todo o mundo para o tratamento desta doença inflamatória crónica
do sistema nervoso central.
De salientar que a semana passada o NICE (National Institute for Health and
Clinical Excellence), do Reino Unido, recomendou a utilização desta terapêutica
oral no seguimento de um pedido do Ministério da Saúde inglês para avaliação do
seu uso no Sistema Nacional de Saúde daquele país.
Até ao momento, mais de 30.000 doentes em 55 países já foram tratados com
esta terapêutica. Em todo o mundo, cerca de 2,5 milhões de pessoas sofrem com
este problema, que se manifesta em jovens adultos, entre os 20 e os 40 anos de
idade, e que interfere com a capacidade do doente de controlar funções como a
visão, a locomoção, e o equilíbrio.
[Notícia sugerida por Maria Manuela Mendes e Sofia Baptista]
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